O dia 10 de junho é uma data de profundo significado para os portugueses, tanto em Portugal como espalhados pelo mundo. Celebra-se o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, uma ocasião que evoca identidade, história e pertença.
O 10 de junho marca a morte de Luís Vaz de Camões, em 1580, considerado o maior poeta da língua portuguesa e autor da célebre epopeia Os Lusíadas. A sua obra celebra os feitos dos navegadores portugueses durante os Descobrimentos, e Camões tornou-se um símbolo da cultura, da língua e da alma portuguesa.
Mas este dia não é apenas uma homenagem ao poeta. Desde 1978, passou também a ser dedicado às Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo. Milhões de portugueses e lusodescendentes vivem fora de Portugal, especialmente em países como Brasil, França, Suíça, Estados Unidos, Canadá, Venezuela, Luxemburgo, entre outros. A data é, portanto, uma forma de reconhecer o papel dessas comunidades na preservação da língua e da cultura portuguesa.
O 10 de junho começou a ser celebrado oficialmente em 1880, no tricentenário da morte de Camões, durante o reinado de D. Luís I. No entanto, foi durante o regime do Estado Novo, com Salazar, que a data ganhou destaque como feriado nacional e foi associada a valores patrióticos.
Após a Revolução dos Cravos (25 de Abril de 1974), a data foi resignificada: em vez de exaltar um nacionalismo fechado, passou a representar um Portugal aberto, democrático e ligado ao mundo, incluindo, claro, os milhões de portugueses que vivem no estrangeiro. Em 1978, foi oficialmente instituída como o «Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas», por decisão do então presidente da República, António Ramalho Eanes.
Para os portugueses que vivem fora do país, o 10 de junho é um momento de orgulho e de ligação às raízes. Neste dia, realizam-se eventos culturais, encontros, homenagens e celebrações em várias cidades do mundo onde há presença portuguesa.
É também uma oportunidade para recordar que, mesmo longe, a língua, os costumes e os valores portugueses continuam vivos graças ao esforço das comunidades emigrantes. É uma data para celebrar a diversidade dentro da unidade, a saudade que une e o futuro partilhado por todos os que se sentem portugueses, estejam onde estiverem.

